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Le Bruit des Pierres (O Barulho das Pedras ) é uma criação híbrida que combina diferentes campos artísticos: circo coreográfico, artes visuais e teatro físico. Duas mulheres encarnam a ganância da sociedade ocidental pelo ouro. Uma aplica folhas de ouro em todas as pedras que vê, num gesto repetitivo e obsessivo. A outra cata todas as pedras que estão no chão, mais do que consegue segurar nos braços. Descobre que algumas são comestíveis. Freneticamente, empanturra-se de pedras preciosas até ao ponto de ter uma overdose. Os sons das suas ações são amplificados, o ouro escorre da sua boca. Uma primeira queda ensurdecedora de uma pedra no espaço interrompe as ações. Segue-se uma série de quedas.
Ouro, cobre, petróleo, lítio, são a ancoragem do céu. Eles sustentam a abóbada celeste e suas colunas invisíveis. De tanto devastar o solo, alguns humanos enfraqueceram esses pilares, e agora o céu está caindo. As duas personagens no palco tentam, cada uma a seu modo, e, por fim, juntas reerguê-lo.
Nessa busca, pedras, ocres e cristais tornam-se parceiros de cena – suportes de circo, marcadores que sublinham o gesto no espaço, cristais comestíveis e pedras percussivas que preenchem o espaço sonoro, elementos cenográficos e dramatúrgicos. Questionando a relação entre o homem ocidental e seu ambiente, as coreografias entre pedras e humanos tomam forma, tendo como temas principais a suspensão, o desequilíbrio e o colapso.