"Loiça Nossa de Cada Dia"

12 JUL - 00:00h a 29 OUT - 00:00h
Centro de Design do Recife
Apesar de não haver um consenso, estima-se que o surgimento da loiça em barro data do final do Período Neolítico (26.000 a.C. até por volta de 5.000 a.C.). Especificamente no Brasil, toda a tecnologia de produção da loiça em barro já era de domínio dos povos originários, séculos antes da presença dos colonizadores europeus nas nossas terras indígenas. Desta forma, as mestras e os mestres louceiros presentes em todo território pernambucano são os guardiões dos saberes e dos fazeres ancestrais, milenares e tradicionais dos povos primervas e originários, sendo responsáveis pela transmissão dessa arte e seus pensares para gerações do presente e do futuro. Exemplo desse fenômeno pode ser verificado na história do Mestre Vitalino. Sua mãe, Josefa Maria da Conceição, no Sítio Campos/PE, produzia loiças de barro para uso da família e para vender na Feira de Caruaru/PE. Com o resto do barro, Vitalino, aos 6 anos de idade, produzia os seus próprios brinquedos, loiças, boi, gato maracajá, criando, a partir da inventividade de uma criança, a tradição da arte figurativa em barro do Alto do Moura, presente nos museus mais importantes de arte popular do Brasil, inclusive, projetando a arte brasileira para o mundo. É importante registrarmos que seguidores do Mestre Vitalino, como Zé Caboclo, produziu objetos que transitaram entre a arte utilitária e a arte figurativa em barro, bem como também os integrantes da Família Vieira, de Tracunhaém/PE. No entanto, as loiças em barro não são artefatos do passado. Elas são utilizadas ainda em pequenas comunidades do sertão pernambucano, em restaurantes sofisticados da capital recifense, em rituais religiosos de matrizes afro-indígenas. E hoje, essas loiças são reconhecidas. Elas têm poética, estética, ética. Elas têm nomes, assinaturas, marcas: Cida Lima (Belo Jardim/PE), Neguinha (Belo Jardim/PE), Terezinha Gonzaga (Caruaru/PE), Zé Galego (Caruaru/PE). Uma homenagem para marcar para sempre a presença desses guardiões entre nós e no mundo.

A exposição acontece no Centro de Design do Recife, equimento mantido pela Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife e Secretaria de Cultura, representa, apresenta e celebra o design enquanto linguagem cultural. Visa o fomento, a pesquisa e a difusão da cultura do design na cidade, a partir da construção de políticas públicas e da promoção de intercâmbios, parcerias, conversas e interações com outras linguagens. Atua ainda no desenvolvimento da economia criativa, sustentabilidade, promovendo palestras, oficinas, exposições, feiras e atividades de formação.


Esperamos vocês de braços abertos!

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  • Quarta a Domingo
  • Das 10h às 16h
Centro de Design do Recife
RUA DAS AGUAS VERDES, 10 Pátio de São Pedro. SANTO ANTONIO
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